O perfume dirige-se às nossas emoções e às nossas memórias e aí fica preso tão intensamente que consegue fazer ressurgir as mais íntimas recordações.
O perfume ideal é constituído por sensações olfactivas ligadas aos momentos mais agradáveis da vida. Talvez por isso, quando o "respiramos", a par do prazer, sentimos também uma certa nostalgia.
O perfume é intemporal, envolvente como uma segunda pele, capaz de nos influenciar ao longo dos anos e trazer-nos o aroma daqueles que amámos.
Se um homem ou uma mulher ao amar pela primeira vez sentiram o odor de um certo perfume toda a sua vida eles procurarão esse mesmo aroma ou outro muito parecido.
Basta sentir uma fragrância que nos emocionou para que surjam na nossa mente todas as impressões que lá ficaram marcadas.
Quem não teve já saudades dos perfumes respirados em criança? Dos cheiros das casas, do pó de arroz do quarto da avó, das fragrâncias que o nosso Pai ou a nossa Mãe usavam de momentos que julgávamos esquecidos? O perfume pode fazer-nos regressar à nossa infância ou lembrar uma paixão da adolescência.
Mas os novos criadores de perfumes fazem-nos entrar no território privado da sua memória emocional e atravessar a sua "procura do tempo perdido" como diria Proust...
Perfumes ideais ficarão na nossa memória e nos nossos sentidos.
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